sábado, 23 de maio de 2009

Balneário Rincão: emancipação baseada em interesses partidários


Quem acompanha frequentemente os acontecimentos do município de Içara não precisa de muito esforço ou boa interpretação de mídia para estar ciente de que nesta região não se fala em outra coisa senão a possível emancipação do balneário Rincão, que depois de tantas reivindicações se tornou mais próxima da realidade.

Diante deste cenário as siglas partidárias desta região estão agitadas nos bastidores a fim de definir os possíveis candidatos tanto para as eleições majoritárias quanto para as proporcionais. E, por incrível que pareça, o povo ainda não tem certeza deste desmembramento. Os políticos mal sabem explicar em que situação está este fato. Contudo, praticamente todos os partidos já sabem quais serão os candidatos da possível eleição. Quem tem um pouco de conhecimento e está acompanhando de perto esta situação sabe no máximo que a emancipação depende do Supremo Tribunal Federal, que deve fazer a apreciação da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN 2737) para assim o pleno do STF definir a situação dos municípios criados até dezembro de 2006 e cujas leis foram convalidadas pela Emenda Constitucional nº. 57/08, elevando os distritos de Pescaria Brava e Balneário Rincão a categoria de municípios, junto a outras 49 cidades que já foram criadas e dependem desta aprovação.

No meio de todo esse rolo, a população, que vive na correria do dia-a-dia e mal tem tempo para ler jornais e manter-se informada, certamente estará se perguntando: “Estaria o Rincão preparado para ‘andar com as próprias pernas’? Quais seriam as vantagens e as desvantagens deste desmembramento e baseado em quê?”.

Ora, se o povo é leigo a este assunto já que não tem conhecimento da justiça eleitoral e muito menos dos pontos favoráveis e desfavoráveis, ninguém melhor que os próprios políticos, que já se acham tão capazes de representar esta região, para explicar tudo o que precisam saber. Mas infelizmente a única preocupação desses partidários é a de “ocupar”. Afinal, para eles ficará muito mais fácil a população estar leiga ao assunto e simplesmente votar em seus nomes.

Um partido de responsabilidade em primeiro lugar se preocupa com o povo que representa. Antes das eleições é preciso a conscientização, senão todas as ideologias partidárias estarão se desmanchando (o que é comum no Brasil). Essa cobrança começa pela sociedade, por cada um de nós.

domingo, 10 de maio de 2009

Um exemplo de mãe

A surpreendente história da mãe de sete filhos, sendo quatro com deficiência mental, que superou todos os limites da falta de condições financeiras e hoje, aos 81 anos, vê que tudo valeu a pena.

por Kelley Alves

Ela mora em uma comunidade pequena e com pouca estrutura. Tem sete filhos, sendo quatro especiais, e não tem uma das vistas.


Por todos esses motivos, a ex-colhedora de carvão, Filomena Manoel Sebastião, teria motivos suficientes para desanimar no meio da caminhada. Contudo, ao chegar à pequena residência, com aproximadamente 60 m² e que abriga mais de dez pessoas, a simpatia e a alegria de dona Filomena contagia toda a comunidade de Barra Velha.


Apesar de ter quatro filhos com deficiência mental, Joanidi, hoje com 60 anos, Jovilina 58, Antonio 55 e Laudelino 51, a satisfação e o prazer que a aposentada tem em cuidar de cada um são motivos para todo o bairro ter a certeza de que dona Filomena é o exemplo da figura materna que deveria ser seguido por todas as mães Brasil a fora. “Ela nunca deixa a peteca cair, está sempre cuidando dos filhos com todo o amor e carinho. E mesmo diante das dificuldades ela está sempre de bem com a vida”, contou a presidente do clube da terceira idade da Barra Velha, Maria do Carmo Prudêncio.


Com a voz rouca e cansada, a dona de casa em nenhum momento demonstrou tristeza. Pelo contrário, é com alegria e satisfação que ela conta a trajetória da família. “Todos os meus filhos deficientes vieram ao mundo através de uma parteira. Depois que eles já estavam maiores foi que eu descobri o problema que tinham. Mas isso não foi motivo para desânimo, hoje eu os vejo como as minhas eternas crianças e é assim que todos aqui do bairro vêem cada um”, contou dona Filomena, sempre de olho nas “crianças” para ver se estava tudo certo.


“Eu tenho orgulho dos meus filhos e nunca pensei em desistir deles. Penso que muitas mães são tristes porque tem os filhos nas drogas e largados no mundo. Os meus, pelo menos, estão aqui, debaixo dos meus olhos”, completou a mãe orgulhosa. No momento em que falava estas palavras, dona Filomena, por três vezes, desviou o olhar para trocar palavras com o neto, filho de uma das filhas, que é adotiva, e ajustar as mangas da camiseta de uma das filhas especial que passou em direção ao quintal da casa.


Ela perdeu uma das visões quando trabalhava como colhedora numa mina de carvão. Na época a dona de casa vivia condições precárias. Por este motivo não reivindicou os direitos e seguiu trabalhando. O tempo passou até que dona Filomena perdeu de vez a vista do olho direito ficando impossibilitada de trabalhar. Nessa época ela conheceu um homem, que foi quem criou as crianças e ajudou a pagar todas as contas da casa. “Ele cuidou de todos como se fosse o próprio filho deles”, conta emocionada. Ela era viúva quando encontrou o segundo marido. Para a tristeza de dona Filomena, o pai adotivo, que segundo ela, fez das crianças motivo de alegria, também faleceu, já que tinha problemas no coração.


O cenário triste não fez a viúva desanimar. Cada problema era motivo ainda maior para ela está mais próxima dos filhos. Aconteceu que sua filha mais velha, que não é especial, também perdeu o marido e teve que voltar para a casa da mãe. “Hoje ela é o meu braço direito aqui em casa, ajuda a cuidar das crianças e me auxilia nos serviços da casa”, contou. Cada um dos filhos da dona de casa tem uma história. E todas muito bem vividas pela “maezona”.


Mesmo já tendo seis filhos o coração de mãe foi grande o suficiente para acolher mais uma criança desamparada. Certo dia uma maça grávida apareceu na casa da família afirmando que abortaria a criança por não ter condições de criá-la. Dona Filomena e o filho mais velho, Astor Sebastião, adotaram a criança que atualmente é casada e deu três netos à família. “Meus netos vivem alegrando esta casa. Nossa família é unida apesar de todas as dificuldades financeiras que já enfrentamos”, contou orgulhosa.


A alegria da casa, segundo a “super-mãe”, é o filho mais velho. “O mais doente dessa casa é aquele ali”, contou apontando para o filho mais velho que é perfeitamente saudável. A explicação só veio depois de uma conversa com Austor, que mostrou que humor é o que não falta para levar alegria à família. “Minha mãe vai direto para o céu. Com tanta bondade é difícil acreditar que o ‘inferno’, de fato, existe”, disse o filho mais velho, orgulhoso.


E mesmo morando numa casinha num bairro pobre e quase não conhecido no município, ao questionar sobre o desejo da família, dona Filomena é direta: “Quero saúde para continuar cuidando dos meus filhos”.



Feliz dia das mães para aquelas que são educadoras exigentes e zelosas. Para todas que, naturalmente, herdaram de Deus o dom mais lindo: o de gerar a vida!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

PP quer nova divisão do distrito

Na próxima terça-feira, dia 12, o balneário Rincão vai ser palco de mais uma reunião entre os integrantes do partido progressista de Içara. De acordo com o presidente da sigla, Arnaldo Lodetti, a pauta da reunião será a apresentação de um mapa apresentando uma nova divisão entre Içara e a praia.

“Içara não foi feliz nesta divisão. Ficamos em dúvida se a maneira como foi feita essa divisão é coerente”, explicou Lodetti. “E é por isso que temos uma nova sugestão e esta será apresentada não só ao Partido Progressista, mas também às outras siglas”, completou.
O descontentamento, de acordo com o presidente, é relacionado às lagoas e à, pelo menos, uma saída para o mar. “Não queremos que a cidade perca a sua característica litorânea, que hoje é uma forte característica”, explicou. Em relação às lagoas, atualmente o distrito dispõe de sete lagoas. A proposta do novo projeto, elaborado por Lodetti e três engenheiros, Içara ficaria com duas destas lagoas.

Um outro ponto comentado pelo progressista foi a divisão das estradas. “Já que, supostamente ficaríamos com uma entrada para a praia, o Rincão ficaria com acesso à BR-101”, propôs.
Todas essas questões serão debatidas pelo PP na próxima terça-feira às 19h em local ainda não definido. Segundo Lodetti outras siglas já têm conhecimento e concordam com a nova proposta. “Gente do partido dos Democratas e de outros, até mesmo do PMDB concordam com a nova divisão”, revelou.

Em relação à participação do PP nas eleições do Rincão os nomes articulados pelo partido são: José Luiz Búrigo, Francisco Hortêncio Motta e José Carlos Damolin da Costa. “Nós temos estes nomes, mas só pensaremos nisso quando tivermos a certeza que o Rincão realmente será emancipado. Não existe nenhuma garantia!”, questionou deixando clara sua oposição pessoal em relação à emancipação do balneário.

A proposta da nova divisão já está pronta e colada na sala do escritório de Arnaldo Lodetti. A atual divisão está grifada em laranja e a nova proposta em amarelo.

Cirurgia plástica: quando o sonho vira pesadelo

Beleza e desenvoltura é o sonho de qualquer mulher, especialmente as brasileiras. Para isto, a sociedade impõe os padrões de beleza que devem ser seguidos caso a figura feminina queira ser reconhecida esteticamente. E é justamente para alcançar esse reconhecimento que os profissionais de cirurgias plásticas movimentam milhões em todo o país.

Uma lipoaspiração hoje, uma prótese amanhã, uma redução mais tarde... até que, não encontrando a satisfação pessoal, a mulher poderá ter sérias conseqüências.
Isso porque alguns profissionais da área da saúde, por verem o lucro que uma cirurgia plástica pode render, acabam ingressando no nicho sem estarem preparados. Esses “médicos” cobram preços abaixo do valor padrão o que atrai ainda mais as aspirantes à bela imagem com baixo custo. O resultado disso pode ser sérias deformações, infecções hospitalar e até a morte do paciente.


Quem tem em mãos a vida, deve ser competente para isso. Imagine você com um nariz em sua frente: seu dever é deixa-lo bonito e qualquer erro milimétrico pode ser irreversível. Você foi pago (e não foi pouco) por isso, portanto sua tarefa é adequar a sua profissão ao “sonho” do seu cliente.


A relação do cirurgião plástico com seu paciente pode sim ser considerada de consumo. Esses profissionais só responderão pelo resultado não atingido nos casos de cirurgias estéticas. Nas cirurgias reparadoras, que são aquelas que visam a reconstrução nos casos de acidentes ou doenças, por exemplo, a responsabilidade dos cirurgiões só acontecerá quando verificada a culpa na sua atuação. Nesse caso, invocar a aplicação do Código de Defesa do Consumidor para responsabilizar cirurgiões plásticos, é absolutamente normal, principalmente nos casos em que eles se comprometem com o resultado.


O pior é quando, mesmo com todas as medidas cabíveis, a situação é irreversível para uma mulher que, ontem era saudável e de repente se acordou e se viu com sérios problemas, não só estéticos, mas na saúde física e até psicológica, dependendo do caso. Por estes riscos, o conselho para aquelas que pretendem passar por esta experiência é a prevenção, ou seja, a busca por uma clínica adequada, sabendo que qualquer cirurgia, por menor que seja, implica em risco à saúde. Por este motivo, todos os quesitos (custo, médico, clínica e necessidades) devem ser cuidadosamente analisados, a fim de evitar tragédias e transtornos. Caso seja tarde demais e a ação já tenha causado as conseqüências, em princípio, poderão ser responsabilizados os cirurgiões e as clínicas nos termos do Código de Defesa do Consumidor, notadamente nos casos de imprudência e negligência.